Todo mundo sabe (ou deveria saber) a importância das ciências nas nossas vidas. É graças a elas que otimizamos processos, produzimos alimentos, conservamos a natureza e desenvolvemos medicamentos e vacinas que combatem doenças graves (como é o caso da covid-19). O que muita gente desconhece é que pessoas ‘comuns’, sem nenhuma formação acadêmica, podem sim colaborar efetivamente para o conhecimento científico. Mas, como?
Continue lendo esse post pra saber.
Ciência e infância: a curiosidade nata das crianças
As crianças são curiosas por natureza, mas com o tempo essa habilidade é podada. Fonte: Unsplash | Kiana Bosman
Pra responder essa pergunta, precisamos começar pelo começo. Sim, parece redundante, mas me refiro ao início de nossas vidas. Desde o nascimento, todo ser humano passa por uma jornada repleta de curiosidade e descobertas. As crianças observam o mundo com curiosidade; testam ferramentas novas; imitam os adultos; aprendem novas habilidades e tiram suas próprias conclusões sobre o mundo. Provavelmente você já viu uma criança passando pela Fase dos porquês, quando tudo é novidade e ela tenta entender o mundo ao seu redor. Isso nada mais é que ciência, pois é o resultado de questionamentos e da busca por respostas.
Toda criança começa como um cientista nato. Nós é que tiramos isso delas. Só umas poucas passam pelo sistema com sua admiração e entusiasmo pela ciência intactos.
Carl Sagan
É como disse o famoso cientista Carl Sagan: toda criança nasce cientista, mas, ao longo da vida, os questionamentos são podados; ou a pessoa entra em contato com novos interesses, seguindo por outras carreiras que não a científica.
Ciência cidadã – uma parceria de sucesso
O que quero dizer com isso é que, não importa qual seja o seu trabalho hoje em dia, certamente você tem a essência dos cientistas dentro de você; mesmo que ela só tenha se manifestado durante a infância. Que tal dar vazão a ela novamente?
Essa é a proposta da Ciência Cidadã, um movimento que consiste na aliança entre a sociedade civil, ou seja, qualquer pessoa, e os cientistas profissionais. Nessa iniciativa, a ciência é participativa e os cidadãos atuam efetivamente em projetos científicos, colaborando, por exemplo, com a coleta de dados. Um exemplo disso é a observação de aves: uma atividade de lazer para muitas pessoas, e que se configura como uma ótima oportunidade para estudar esses animais.
O Wikiaves é uma plataforma brasileira de ciência cidadã onde observadores de aves colocam registros de espécies nacionais. Fonte: Wikiaves
As vantagens de ser um cientista cidadão
Felizmente, projetos de ciência cidadã tem se tornado cada vez mais comuns ao redor do mundo, e os benefícios são imensos. As vantagens afetam desde os indivíduos envolvidos até a sociedade como um todo. Se pensarmos no cidadão comum que engaja em algum projeto científico, ele tem a oportunidade de conciliar uma atividade de lazer com a coleta de informações para uma pesquisa acadêmica, por exemplo. Além dos benefícios inerentes às atividades de lazer, vem também a sensação de pertencimento e de satisfação por estar colaborando para o desenvolvimento da ciência, além de estimular o desenvolvimento da curiosidade e do senso crítico. Já para a ciência em si e para a sociedade, essa parceria torna os estudos científicos e seus produtos mais qualificados, além de tornar a sociedade civil mais engajada nas questões ambientais.
No Brasil, existem vários projetos de ciência cidadã nas mais diversas áreas. Na página do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira, você pode encontrar vários desses movimentos e procurar um que te interesse e que esteja mais próximo de você!
Ciência cidadã e a Natura Ecoturismo
Os cruzeiros científicos realizados pela Natura Ecoturismo, em parceria com o Projeto Baleia Jubarte, são uma ação de ciência cidadã. Nesses embarques, os turistas atuam como verdadeiros pesquisadores, ajudando na coleta de dados sobre as baleias jubartes (Megaptera novaeangliae). Fonte: Projeto Baleia Jubarte.
A ciência cidadã é um dos pilares da Natura Ecoturismo; afinal, nossa missão é proporcionar experiências imersivas na natureza, colaborando para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade. Por isso, um dos nossos principais serviços ofertados são os cruzeiros científicos de observação de baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Durante os cruzeiros, você embarcará por 3 dias juntos com a equipe do Projeto Baleia Jubarte, uma ONG com mais de 30 anos de experiência na pesquisa e conservação desses grandes cetáceos. Ao longo do embarque, você conhecerá as jubartes como nunca imaginou, além de colaborar com a coleta de informações sobre esses animais, que inclui fotoidentificação, bioacústica, entre outras metodologias. Isso tudo ao mesmo tempo que explora as belezas do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, uma Unidade de Conservação que abriga parte da maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.
E os cruzeiros científicos já estão com inscrições abertas para as datas de 2022. Veja mais informações aqui.
Referências:
Atlas – Ciência Cidadã. Acesso em: 11 mai. 2022.
Ciência cidadã: movimento de integração entre sociedade e cientistas em prol da pesquisa. Acesso em: 11 mai. 2022.
Manifesto pela Ciência Cidadã. Acesso em: 11 mai. 2022.
O que é ciência cidadã e qual a sua importância? Acesso em: 11 mai. 2022.